Brasil quer produzir 1 milhão de barris/dia na área do Pré-Sal
Brasil quer produzir 1 milhão de barris/dia somente na área do Pré-Sal |
O ano de 2009 reservou boas notícias para o setor petrolífero brasileiro, quando foi anunciada a descoberta de reservas de petróleo em um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro – mais precisamente entre as bacias do Espírito Santo, de Campos e de Santos. A exploração da nova região – a camada Pré-Sal – vai aumentar o potencial de produção. A meta da Petrobras, empresa estatal responsável pela exploração desse recurso, é alcançar, em 2017, produção diária superior a 1 milhão de barris somente nessa nova área de exploração.
O nome Pré-Sal foi adotado porque o local a ser explorado forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa tem espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de sete mil metros.
Os primeiros resultados encontrados até agora pelos pesquisadores no Pré-Sal indicam volumes bastante expressivos. A região pode armazenar entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris, número cinco vezes maior do que as atuais reservas comprovadas brasileiras (14 bilhões de barris). A área de Tupi, na Bacia de Santos, por exemplo, possui volumes estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia de Santos, tem capacidade para produção de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural.
Investimentos
Para garantir o sucesso nesta operação, a Petrobras está aumentando sua capacidade operacional e financeira. Em setembro de 2010 a estatal arrecadou R$ 120,36 bilhões através do processo de capitalização. A empresa prevê a aplicação de US$ 28 bilhões até 2013 exclusivamente para desenvolver a exploração no Pré-Sal. Para se ter uma ideia de gastos, um dia de operação de uma única sonda usada para perfurar poços com possibilidade de se encontrar petróleo consome em média US$ 500 mil.
Diante das demandas previstas com o Pré-Sal, a Petrobras também avalia que sua atual capacidade ainda é insuficiente. Pensando nisso, a empresa planeja, dentre outras ações, firmar contratos de longo prazo com seus fornecedores, antecipar outros vínculos, dar suporte a fornecedores estratégicos, captar recursos e atrair novos parceiros. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a Petrobras será a operadora em todos os contratos de partilha do Pré-Sal, com o mínimo de 30% de participação no consórcio contratado.
Esse avanço também se reflete no emprego. Segundo o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), ligado à Petrobras, até 2013 será preciso qualificar 207 mil trabalhadores em 185 categorias profissionais (incluindo os níveis básico, médio, técnico e superior).